Esta semana, Luiz Schwarcz, editor da Cia das Letras, uma das maiores editoras do país, publicou uma Carta de amor aos livros, no blog da editora. Recomendo muito a leitura.
Achei muito bonito e relevante o incentivo que ele faz (e também porque toca na realidade da Lúcida Letra):
"[...]Aos que, como eu, têm no afeto aos livros sua razão de viver, peço que espalhem mensagens; que espalhem o desejo de comprar livros neste final de ano, livros dos seus autores preferidos, de novos escritores que queiram descobrir, livros comprados em livrarias que sobrevivem heroicamente à crise, cumprindo com seus compromissos, e também nas livrarias que estão em dificuldades, mas que precisam de nossa ajuda para se reerguer. Divulguem livros com especialíssima atenção ao editor pequeno que precisa da venda imediata para continuar existindo, pensem no editor humanista que defende a diversidade, não só entre raças, gêneros, credos e ideais, mas também a diversidade entre os livros de ambição comercial discreta e os de ambição de venda mais ampla. Todos os tipos de livro precisam sobreviver. Pensem em como será nossa vida sem os livros minoritários, não só no número de exemplares, mas nas causas que defendem, tão importantes quanto os de larga divulgação. (clique aqui para ler a carta inteira)[...]"
Essa crise que o Luiz menciona na carta eu tenho sentido aqui. A inadimplência afetou o caixa da editora. Entretanto, vejo com muita gratidão o relacionamento que a Lúcida Letra tem com vocês: leitores, praticantes, revisores, tradutores, amigos e amigas: A editora é apoiada por uma rede enorme e mesmo com essa insegurança do mercado editorial, eu sigo confiante. Se os livros que lançamos são de benefício e se você se sente apoiado e inspirado a seguir um caminho de compaixão, sabedoria e lucidez, este trabalho aqui segue fazendo sentido.
Sinto muita alegria em perceber esse apoio (um gesto de interdependência!), que vem na forma de elogio, de crítica, de recomendação, de enviar uma correção a fazer, de procurar os livros em uma livraria ou centro, de praticar o que os mestres nos ensinam. Por aqui, sigo apoiando professores e sangas no trabalho de tornar acessível o Darma do Buda e publicando obras que também ajudem as pessoas a lidarem com seus obstáculos.
Obrigado, mais uma vez, por valorizar o trabalho da Lúcida Letra (que engloba tantas pessoas queridas, que fazem traduções, revisões, projetos gráficos, enviam correções espontaneamente, comentam...)
Um abraço grande,
Vítor Barreto
1 comentário
tenzin namdrol
Como você descreve, foi assim que o Darma do Buda saiu do Vale do Ganges e não parou mais… Com seus talentos cada um de seus colaboradores desbrava mundos de alegre sabedoria!