1º PASSO: SAIBA O SEU “PORQUÊ”

Sempre que alguém me diz que está querendo meditar eu pergunto: “Por quê?”. Às vezes a pessoa fica surpresa – talvez ela achasse que eu ficaria simplesmente em êxtase ao descobrir que ela está minimamente interessada no assunto. (Na maioria dos casos, eu realmente fico. Aí eu faço minha incrível cara de jogador de pôquer.) Mas o que eu descobri é que, se a pessoa não tiver clareza sobre o motivo de querer meditar, ela vai descobrir muito rapidamente que a meditação não é algo necessariamente fácil e, logo, logo, se sentirá desencorajada e pode acabar não indo mais fundo.

Então, quando eu ensino meditação, seja em uma aula ou em um evento aberto de um centro de meditação, sempre começo com esta pergunta: “Por que você quer meditar?”. No ano passado eu fui a Washington e fiquei muito feliz (e um pouco surpreso) com a quantidade de gente que foi me ouvir numa quinta-feira à noite. “Qual é a sua motivação para vir aqui, em um centro de meditação, numa quinta à noite?”, eu perguntei. “Citando Jay-Z: você poderia estar em qualquer lugar do mundo agora, mas está aqui comigo. Hoje provavelmente está saindo um episódio incrível da sua série favorita... Alguém quer compartilhar sua intenção?”. Um rapaz levantou a mão. Ele devia ter uns vinte e poucos anos. Alguém levou um microfone até ele. “Bom...”, ele disse, “meditação parece ser maneiro, então eu pensei em tentar. Ah, e eu posso assistir ao episódio depois.”

Conto essa história porque por trás dela há uma boa notícia: de acordo com a minha experiência em perguntar às pessoas o motivo do interesse delas em meditação, não existe resposta errada – mesmo que a resposta seja: “Vou adiar em uma hora minha rotina televisiva de quinta à noite porque estou curioso”.

Admito que essa resposta, particularmente, é bem rara. O que eu costumo ouvir é que a pessoa quer ficar menos estressada, viver mais o momento presente ou lidar melhor com as próprias emoções. Então, a outra boa notícia é que a meditação ajuda com tudo isso. Você só precisa ter persistência. Para te ajudar a persistir, criei dez passos que, se você seguir de maneira mais ou menos regular, te ajudarão a ter uma prática de meditação estável, que você pode fazer em casa. No final deste livro, você não só vai sentir confiança em relação ao seu conhecimento sobre como meditar, como terá tornado a meditação parte do seu dia a dia.

O 1º passo é saber o seu porquê, sua intenção – e a gente vai voltar a falar disso em um minuto. O 2º passo é aprender uma técnica de meditação. O 3º passo é treinar as duas ferramentas necessárias para uma prática de meditação firme: a atenção plena e a consciência. O 4º passo é aprender a ser consistente. O 5º passo é entender de forma mais profunda o que é gentileza. O 6º passo é aprender a lidar com os obstáculos que surgem na meditação. O 7º passo é descobrir como fazer para evitar ser fisgado pelas emoções. O 8º passo é se conectar com o seu estado natural de paz. O 9º passo é se tornar um(a) praticante dhármico(a) – ou seja, autêntico ou autêntica. O 10º e último passo é aprender a repousar no momento presente mesmo quando você não estiver na
almofada de meditação.

Eu acredito, de verdade, que, se seguir esses dez passos, você não só vai ter começado uma prática meditativa, mas também perceberá como ela te afeta de formas muito positivas. Mas, para começar, a gente não pode evitar a pergunta
incômoda: “Antes de mais nada, por que começar?”.

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